Canção Antiga

Eu preparo uma canção

em que minha mãe se reconheça,

todas as mães se reconheçam,

e que fale como dois olhos.

 

Caminho por uma rua

que passa em muitos países.

Se não me vêem, eu vejo

e saúdo velhos amigos.

 

Eu distribuo um segredo

como quem ama ou sorri.

No jeito mais natural

dois carinhos se procuram.

 

Minha vida, nossas vidas

formam um só diamante.

Aprendi novas palavras

e tornei outras mais belas.

 

Eu preparo uma canção

que faça acordar os homens

e adormecer as crianças.

 

Carlos Drummond de Andrade

21-10-1923

A flor que és, não a que dás, eu quero.

Porque me negas o que te não peço.

Tempo há para negares

Depois de teres dado.

Flor, sê-me flor! Se te colher avaro

A mão da infausta esfinge, tu perere

Sombra errarás absurda, Buscando o que não deste.

 

Ricardo Reis

Maria Callas

Maria Callas não apenas alcançou o topo enquanto cantora de ópera, como também deixou uma reputação lendária, que permanece até hoje, como artista e como personalidade. Nascida em Nova York em 1923, foi com a sua mãe para a Grécia em 1937, quando os seus pais se separaram. Estudou canto no conservatório de Atenas onde permaneceu até 1945.

Rapidamente encarnou o repertório completo de Rossini, Donizetti e Bellini, onde o seu talento dramático e musical, plenos na sua maturidade, trouxe nova vida a uma importante parcela do repertório que havia sido abandonado durante muito tempo. Sua última aparição em cena foi com a Tosca em Convent Garden, em 1956 e, depois de um longo período de ausência, deu uma série de recitais em 1973 e 1974 ao longo da Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente, com o tenor Giuseppe di Stefano, que foram o seu canto do cisne.

Fora de cena a sua vida foi tão colorida e dramática quanto qualquer dos papeis que interpretou. Os meios de comunicação rapidamente se aperceberam da avidez de notícias sobre ela pelo público, perseguindo-a com avidez e informando sobre cada desacordo com os diretores dos teatros de ópera, assim como todos os pormenores da sua vida privada. O auge da curiosidade deu-se com o seu envolvimento com o magnata Onassis, pelo qual ela abandonou a sua carreira e o seu marido, Gian Battista Meneghini, contando casar-se com o armador grego. Callas sofreu uma amarga desilusão quando Onassis prescindiu dela e elegeu em seu lugar para esposa a viúva de Kennedy, Jackeline Kennedy. Callas entrou em depressão, encerrando-se solitariamente no seu apartamento em Paris, onde faleceu em 1977, com a idade de 55 anos. Felizmente Callas deixou um valioso legado de gravações que captaram para sempre a magia única da sua arte vocal.

 

 

“O mio babbino caro” de Puccini

 

 

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El Greco

Domenikos Theotokopoulus, conhecido como El Greco, nasceu cm 1541 em Cândia, posteriormente Heracléia, na ilha grega de Creta, na época possessão veneziana. Há poucos dados sobre seus anos de formação. Na ilha pode conhecer a pintura bizantina de ícones, cujo estilo idealizado nunca esqueceria. Em 1560 mudou-se para Veneza, onde aprendeu com Ticiano a técnica da cor e da composição. Por volta de 1570 El Greco encontrava-se sob a proteção do Cardeal Alessandro Farnese, em Roma, onde estudou o tratamento do nu nas obras de Michelangelo. Seus primeiros quadros como “Cristo expulsando os vendilhões do Templo” (1560 – 1565)mostram já a assimilação da estética veneziana no que se refere à luz, ao colorido e à construção espacial. Posteriormente, El Greco trocou a Itália pela Espanha, atraído pela construção do mosteiro do Escorial, perto de Toledo, que oferecia enorme possibilidades de trabalho aos pintores italianos. Morreu em 7 de abril de 1614.

 

 

O obra-prima de El Greco é O Funeral do Conde de Orgaz.

 

 

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Na metade inferior, Santo Estêvão e Santo Agostinho sustentam o cadáver do senhor de Orgaz; atrás deles, uma série de personagens vestidos de negro e com cabeção, com rostos cheios de espiritualidade, contemplam a cena ou olham para o céu. Estas figuras são retratos de personagens toledanos da época; a criança que aparece em primeiro plano é Jorge Manuel, filho do pintor. O fundo brilha pela sua ausência: não há paisagem nem cenário arquitetônico. Na metade superior, sobre um fundo de anjos e santos figura Nosso Senhor flanqueado por S. João Baptista e a Virgem, que recebem a alma do defunto em forma de criança levada por um anjo.

Outras obras de El Greco

 

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